
"Parâmetro de Sustentabilidade financeira-econômica" da USP e autoritarismo de Zago.

Chamado popularmente de PEC do fim da USP, o pacote proposto pelo reitor Zago, coloca um teto de gastos na universidade, que significa que a universidade pode negar-se ao reajuste salarial, não contratar funcionários e exoneração de servidores, caso a folha de pagamento seja maior que 80%. Além dessa medida, prevê que o corpo docente corresponda à 40% do total, que para aplicação, são necessárias 5000 demissões.
O DCE Livre, comissão estudantil, acredita que essas medidas precarizarão a estrutura da universidade, como funcionamento de bibliotecas, museus, restaurantes, laboratórios, entre outros e consequentemente sua qualidade.
Marco Anonio Zago
Para aprovação do projeto, Zago convocou no dia 7 de Março um Conselho Universitário - CO - uma votação sem debate com a comunidade universitária, nem exposta a qualquer tipo de consulta. Sendo assim, no respectivo dia, estudantes, funcionarios e professores, se reuniram em um ato em frente à reitoria, onde a Polícia Militar reprimiu duramente a manifestação, com casos de emergência encaminhados ao Hospital Universitário.
Mesmo com a repressão, a CO deu início à votação e segundo o DCE, o reitor não aceitou que fosse votado o pedido de retirada da pauta e do cancelamento do conselho, se recusou quanto esclarecimentos a respeito do quórum (número de conselheiros presentes) e tentou boicotar as falas da representação estudantil.
Devido sua postura autoritária, estudantes, funcionários e professores concordaram em manifestar contra essa conjuntura e o plano administrativo, proposto pelo reitor que leva em seu histórico cortes de gastos com ensino, pesquisa, extensão e permanência, demissão de servidores, fechamento da creche e ataques ao espaço estudantil.
Decidido dia 9 de Março, em Assembleia Geral dos Estudantes da USP, o calendário unificado de lutas, a participação da manifestação dia 15 de Março, contra a Reforma da Previdência e o atual governante do país, Michel Temer, onde o DCE levanta a bandeira apartidária, em defesa da educação pública.
A manifestação, com números de participantes ainda não divulgados, aconteceu de forma pacífica na Av. Paulista, contado com diversas instâncias trabalhistas e participação política do MTST, MST, o candidato à presidência Luís Inácio Lula da Silva e diversas frente de luta.

Gabriela Lastra