
UERJ RESISTE
A crise econômica do Estado do Rio de Janeiro, que decretou calamidade pública às vésperas dos Jogos Olímpicos está comprometendo uma das melhores universidades brasileiras. 11ª colocada em qualidade entre as 195 universidades brasileiras e a 20ª da América Latina segundo o ranking da revista britânica Times Higher Education de 2016, foi amplamente afetada pelo descaso perante o governo que priorizou destinar recursos para outras áreas e está em greve desde março.
Segundo entrevista para a BBC, a Profª e vice-diretora do Instituto de Nutrição, Carla Avesani, afirma que estão operando somente com os alunos do último semestre, para não impedir que se formem, e a pós-graduação que recebe bolsa externa, para tanto estão utilizando as verbas de 2015, mas se todos os alunos frequentassem o campus, essa verba já teria acabado há muito tempo.
Com o ano letivo prestes a começar, os professores e técnicos administrativos não receberam seus salários de dezembro nem o décimo terceiro, os 32 milhões de reais previstos para 2016, para atender os 65 programas de pesquisa, também não chegaram comprometendo projetos que trabalham em comunhão com a sociedade civil.
Os alunos que dependem de auxílios para permanecer na universidade, não recebem o auxílio de 400 reais desde novembro e o restaurante universitário encerrou suas atividades por uma dívida de 2,5 milhões.
"Na área da limpeza, o Estado rompeu o contrato com a empresa terceirizada que prestava serviço, então fazemos vaquinha entre os professores para manter salas de aula, laboratórios e banheiros limpos. Já houve até mutirão em que nós professores e diretores limpamos, para chamar a atenção para a situação"
Profa. Carla Avesani, entrevista para BBC em 23/junho/2016
Tânia Maria de Castro, sub-reitora de Graduação apoiou adiar o início das aulas, uma vez que o Estado está em falta com as contas da instituição , com calote de 360 milhões de reais, como notificado pela El País em 23.janeiro.2017 e não é possível abrir a universidade, que atende 32.200 alunos, para somente os que tem condições de se manterem, ignorando os 9.000 que pelo comprovante de perfil socioeconômico, têm direito ao auxílio de permanência.
Essa situação de instabilidade, refletiu em uma queda em 30% dos inscritos no vestibular da universidade (de 41.897 candidatos a 29.536) e no primeiro semestre de 2016, foram 761 pedidos de transferência para outras instituições, mais que o dobro do primeiro semestre de 2015.
Nós do Programa de Políticas Públicas apoiamos a UERJ e acreditamos que o retorno à sociedade que a universidade oferece está sendo subestimada pelo Governo do Estado.
Razões para defender a UERJ, em busca de apoio à toda a comunidade científica da UERJ, o vídeo mostra seu retorno social e o atual descaso com a educação pública em nível superior, perante o Governo do Estado. Divulgado pela TV UERJ.
Gabriela Lastra